Jornal Expositor Cristão completa 125 anos de pluralidade
“A Redação do Methodista Catholico julga ser do seu dever explicar o seu programrna. Sendo esta folha orgão da Igreja Methodista Episcopal no Brazil, portanto o nome Methodista: abraçando a religião christã em toda a sua plenitude, e fraternisando com todos que creem em Deus e amam a Nosso Senhor Jesus Christo, portanto o termo Catholico.
Nosso programma é simplicissimo. Todos os numeros terão as competentes Lições Internacionaes para as Escolas Dominicaes; um ou mais "artigos doutrinarios; e o melhor que podemos colher dos jornaes brazileiros sobre as grandes questões do dia, tanto religiosas como moraes e sociologicas.
Pedimos de todas as Igrejas Evangelicas noticias suas para que o publico fique sciente do progresso do Evangelho.
Desejamos fazer uma folha que sirva de leitura agradavel a todos, e que sirva para instruir os fracos e principiantes no caminho da salvação...”
J. J. R./ Rio, 29 de Dezembro 1885.
Foi dessa forma e nesta linguagem que em 1º de janeiro de 1886 o Methodista Catholico teve início. Somente em 20 de julho de 1887 receberia o nome de Expositor Cristão. Sempre plural, o jornal mostrou estar à frente de seu tempo. Distribuído quinzenalmente, o periódico já trazia em seu primeiro exemplar a seguinte matéria: “Trabalho para Mulheres”.
Naquela época a maioria das mulheres ainda vivia confinada, privadas de liberdade, num contínuo isolamento, sempre fechada em casa e mesmo entre a nobreza vigorava a norma da província, de que a mulher só três vezes saía de casa, para ser batizada, para se casar, para ser enterrada.
Mas, sempre atual, o Methodista Catholico mostrou o outro lado dessa história. Algo estava mudando no “novo” Brasil. Naquele tempo o cotidiano de mulheres e homens foi marcado por condições precárias no trabalho, numa sociedade estagnada em suas tradições coloniais, na qual, negros, mestiços e mulheres de uma forma geral ficavam na base da hierarquia social.
Alguns locais, por exemplo, possuíam fábricas de “fundo de quintal”. Nelas, se usava bastante mão-de-obra feminina, pois os salários pagos eram inferiores aos dos homens.
A matéria ainda denunciava a falta de igualdade nos direitos e do respeito ao gênero feminino. “No nosso país, dada a instrução que se fornece às mulheres e atendendo aos preconceitos comuns da nossa educação – a mulher está condenada a ser perpetuamente um símbolo de fraqueza”. Hoje elas correspondem a cerca de 60% da membresia (veja a edição de dezembro de 2010) das igrejas evangélicas.
Outro texto chama também a atenção, pois é algo que os evangélicos brasileiros estão retomando desde 2009 (confira a página 10); um informe da Aliança Evangélica para a Semana Anual de Oração Universal. Aquela primeira semana de janeiro recebia uma incumbência de orar pelos seguintes assuntos: agradecimento pelas bênçãos concedidas, vergonha de confessar o nome de Cristo, falta de zelo na missão, famílias, paz, governos, cura e a união da Igreja de Jesus Cristo. De acordo com o texto, ano após ano aquela Aliança recebia cada vez mais membros (as) em suas reuniões.
Já com o nome atual, Expositor Cristão, em 1931 já se encontrava nas páginas do periódico, textos orientando os metodistas a disseminarem o Evangelho nas escolas. O jornal dizia que “o ensino romanista, não é o ensino cristão”.
Com o passar do tempo, o jornal foi tomando uma nova cara, mas sempre trouxe matérias de interesse da Igreja Metodista, bem como da sociedade em geral. A década de 80, do século passado, parece ter sido um marco para o Expositor Cristão. Seus redatores (as) se preocuparam em informar sobre questões importantes, como por exemplo, o Ano Internacional da Juventude, encabeçado pela ONU (veja a página 13) e comemorado em 1985.
Claro que o Expositor passou por algumas dificuldades durante sua trajetória. Muitas mudanças ocorreram de lá para cá, mas o jornal ainda se mantém firme. Se há o que comemorar?
Sim, são 125 anos de muito trabalho e disseminação da Palavra de Deus. O reconhecimento parece silencioso, mas não é. Outro dia mesmo em uma entrevista a uma revista, o pastor e fundador da revista Ultimato, Elben Lenza César, disse que ao fazer uma pesquisa verificou que havia vários veículos evangélicos excelentes, entre eles estava o dos metodistas.
Organizado por Diana Gilli
Fontes
Expositor Cristão (1886, 1887, 1931 e 1985)
Brasil: uma História, Eduardo Bueno, Atica, 2003
Cristianismo Hoje – edição 20/2010
Veja também:
Expositor Cristão Moderniza projéto gráfico para celebrar aniversário. Clique no link abaixo:
http://www.metodista.org.br/conteudo.xhtml?c=10549
“A Redação do Methodista Catholico julga ser do seu dever explicar o seu programrna. Sendo esta folha orgão da Igreja Methodista Episcopal no Brazil, portanto o nome Methodista: abraçando a religião christã em toda a sua plenitude, e fraternisando com todos que creem em Deus e amam a Nosso Senhor Jesus Christo, portanto o termo Catholico.
Nosso programma é simplicissimo. Todos os numeros terão as competentes Lições Internacionaes para as Escolas Dominicaes; um ou mais "artigos doutrinarios; e o melhor que podemos colher dos jornaes brazileiros sobre as grandes questões do dia, tanto religiosas como moraes e sociologicas.
Pedimos de todas as Igrejas Evangelicas noticias suas para que o publico fique sciente do progresso do Evangelho.
Desejamos fazer uma folha que sirva de leitura agradavel a todos, e que sirva para instruir os fracos e principiantes no caminho da salvação...”
J. J. R./ Rio, 29 de Dezembro 1885.
Foi dessa forma e nesta linguagem que em 1º de janeiro de 1886 o Methodista Catholico teve início. Somente em 20 de julho de 1887 receberia o nome de Expositor Cristão. Sempre plural, o jornal mostrou estar à frente de seu tempo. Distribuído quinzenalmente, o periódico já trazia em seu primeiro exemplar a seguinte matéria: “Trabalho para Mulheres”.
Naquela época a maioria das mulheres ainda vivia confinada, privadas de liberdade, num contínuo isolamento, sempre fechada em casa e mesmo entre a nobreza vigorava a norma da província, de que a mulher só três vezes saía de casa, para ser batizada, para se casar, para ser enterrada.
Mas, sempre atual, o Methodista Catholico mostrou o outro lado dessa história. Algo estava mudando no “novo” Brasil. Naquele tempo o cotidiano de mulheres e homens foi marcado por condições precárias no trabalho, numa sociedade estagnada em suas tradições coloniais, na qual, negros, mestiços e mulheres de uma forma geral ficavam na base da hierarquia social.
Alguns locais, por exemplo, possuíam fábricas de “fundo de quintal”. Nelas, se usava bastante mão-de-obra feminina, pois os salários pagos eram inferiores aos dos homens.
A matéria ainda denunciava a falta de igualdade nos direitos e do respeito ao gênero feminino. “No nosso país, dada a instrução que se fornece às mulheres e atendendo aos preconceitos comuns da nossa educação – a mulher está condenada a ser perpetuamente um símbolo de fraqueza”. Hoje elas correspondem a cerca de 60% da membresia (veja a edição de dezembro de 2010) das igrejas evangélicas.
Outro texto chama também a atenção, pois é algo que os evangélicos brasileiros estão retomando desde 2009 (confira a página 10); um informe da Aliança Evangélica para a Semana Anual de Oração Universal. Aquela primeira semana de janeiro recebia uma incumbência de orar pelos seguintes assuntos: agradecimento pelas bênçãos concedidas, vergonha de confessar o nome de Cristo, falta de zelo na missão, famílias, paz, governos, cura e a união da Igreja de Jesus Cristo. De acordo com o texto, ano após ano aquela Aliança recebia cada vez mais membros (as) em suas reuniões.
Já com o nome atual, Expositor Cristão, em 1931 já se encontrava nas páginas do periódico, textos orientando os metodistas a disseminarem o Evangelho nas escolas. O jornal dizia que “o ensino romanista, não é o ensino cristão”.
Com o passar do tempo, o jornal foi tomando uma nova cara, mas sempre trouxe matérias de interesse da Igreja Metodista, bem como da sociedade em geral. A década de 80, do século passado, parece ter sido um marco para o Expositor Cristão. Seus redatores (as) se preocuparam em informar sobre questões importantes, como por exemplo, o Ano Internacional da Juventude, encabeçado pela ONU (veja a página 13) e comemorado em 1985.
Claro que o Expositor passou por algumas dificuldades durante sua trajetória. Muitas mudanças ocorreram de lá para cá, mas o jornal ainda se mantém firme. Se há o que comemorar?
Sim, são 125 anos de muito trabalho e disseminação da Palavra de Deus. O reconhecimento parece silencioso, mas não é. Outro dia mesmo em uma entrevista a uma revista, o pastor e fundador da revista Ultimato, Elben Lenza César, disse que ao fazer uma pesquisa verificou que havia vários veículos evangélicos excelentes, entre eles estava o dos metodistas.
Organizado por Diana Gilli
Fontes
Expositor Cristão (1886, 1887, 1931 e 1985)
Brasil: uma História, Eduardo Bueno, Atica, 2003
Cristianismo Hoje – edição 20/2010
Veja também:
Expositor Cristão Moderniza projéto gráfico para celebrar aniversário. Clique no link abaixo:
http://www.metodista.org.br/conteudo.xhtml?c=10549
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