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Que leitura Boa.......

A simplicidade é um dom de Deus

Jesus nasceu na simplicidade, na humildade e na pobreza para nos deixar o seu exemplo. Portanto, a simplicidade é um dom de Deus.

A igreja deve viver na simplicidade, pois só assim poderá levar o Evangelho aos povos escravisados.

Jesus chamou doze discípulos para ajudá-lo em seu ministério. Eles eram homens simples, pescadores, homens do povo, incultos e trabalhadores comuns. Entre eles chamou Mateus, um publicano, talvez para mostrar que não tinha e não tem nenhum preconceito contra funcionário público. Depois chamou e salvou o rico Zaqueu, que também era funcionário público. Jesus chamou e salvou muitas pessoas, entre elas o senador José de Arimatéia, e o mestre Nicodemos; chamou também muitas mulheres que o serviram com fidelidade, amor e abnegação.

É importante notarmos que a condição para seguir a Jesus sempre foi a simplicidade, a disposição e a fidelidade. E até hoje é da mesma forma.

As pessoas orgulhosas, soberbas e vaidosas não conseguem seguir a Jesus. Elas carregam fardos que as impedem de trilhar o caminho do céu que é estreito. Elas geralmente se preocupam muito com a aparência, com o seu nível intelectual, com a sua condição financeira e estão querendo sempre amealhar mais e mais riquezas, portanto não podem perder tempo com coisas espirituais. Jesus disse certa vez: "Aos pobres é pregado o reino de Deus".

As ovelhas podem calmamente ouvir a voz do seu pastor e segui-lo; elas são obedientes e sensíveis. Entretanto, os lobos não encontram a porta, afinal ela é estreita e de dificil acesso para eles. Os ricos, em geral, estão sempre preocupados com as ações da Bolsa, montados em seus possantes carrões, ou mesmo voando em seus aviões. Jesus disse certa vez: "É mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que um rico entrar no reino de Deus". Apesar de ser assim, hoje ainda é possível ver alguns ricos servindo a Deus, afinal, para Deus tudo é possível. E nós sabemos que toda regra tem exceção.

A simplicidade é um dom de Deus. Não é preciso inventar, reinventar, inovar, enfeitar o pavão ou forçar nenhuma situação. É só deixar o Espírito Santo atuar espontaneamente e Ele fará fluir um rio de bênçãos na vida de sua igreja. O Evangelho é poder de Deus; não é espetáculo com direito a pulos, cambalhotas, quedas, gritos e estardalhaços. Isto pode até causar admiração, atrair muitas pessoas e aguçar a curiosidade de muitos, mas não tem nenhum efeito espiritual e positivo. Sejamos simples como as pombas e prudentes como as serpentes. Vamos deixar o espetáculo para os artistas circenses que são os profissionais dessa área. A nós cabe servir a Deus e adorá-lo sempre com simplicidade. Este é o caminho que Ele deixou aberto para a Sua Igreja. Enfim, tenhamos mais conteúdo, menos fantasia e menos propaganda falsa, e, com certeza, seremos mais cheios da verdadeira alegria. Afinal, repito, a simplicidade é um dom de Deus. O resto é apenas marketing e pura enganação.

Por: Cícero Alvernaz
Mogi Guaçu - SP
Participações: 63    Editora Ultimato.....
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Mais Sobre o Haiti




Haiti, os amigos de Jó e a oração de Ana

Como previsto, ante o terror dos tremores no Haiti, o velho debate do problema do mal é levantado. Pelos blogs encontro explicações coerentes, humildes e outras um tanto infantis, não vou mencionar a explicação relacional (open theology) e emergente, pois seria entropia.

Mas, o que me cansa um pouco, foi o que encontrei no texto de Júlio Severo intitulado "Será necessário um terremoto?", no qual o autor procura dar uma explicação causal ao que ocorreu no Haiti. Sua justificativa básica, depois de articular vários textos bíblicos, em uma forma previsivelmente fideísta, é que o problema é uma suposta maldição ligada às práticas religiosas do vodu. A causa animista, conforme o Júlio destaca em seu blog, é uma paráfrase da fala do cônsul Gerge Samuel Antoine, que em off durante uma entrevista afirmou que o povo haitiano fora amaldiçoado por causa da "macumba". Júlio deu os mesmos motivos de Gerge aos terremotos no Haiti, exceto o argumento de sua origem negro-africana.

Vou dizer o que penso desta explicação simplista. Ou melhor, começamos por uma pergunta, bem no estilo semita de pensar. Qual macumba é mais forte que: o vodu haitiano ou o capitalismo americano? O vodu haitiano ou o marxismo tupiniquim? A corrupção moral britânica ou os feiticeiro haitianos? A idolatria ao dinheiro e ao poder de alguns segmentos evangélicos ou o feitiço haitiano? Sinceramente, se a explicação para calamidades no mundo se resumirem à macumba, então, o mundo deveria ser abalado por terremotos, destruição em massa, e haja holocausto! Qual foi a macumba que os judeus fizeram por merecer o holocausto?

Sinceramente, não dá para explicar as coisas pela lógica da batalha espiritual e da esquizofrenia pseudo-pentecostal, sinceramente não dá!

Até quando não vamos entender que o dilema de Jó é a expressão máxima de que há um Deus que está para além das racionalizações humanas. O Deus que fez Jó sofrer é o mesmo Deus que agenciou seu sofrimento, tendo em vista fins misteriosos. Enquanto os amigos de Jó, procuravam dar explicações de causa e efeito, Jó se via sob a pressão dos racionalistas de seu tempo, dos jornalistas e teólogos, o círculo de sábios que não sabiam nada relevante para seu dilema existencial.

Deus é soberano e sempre será soberano sobre todas as coisas. O povo haitiano sofre como Jó. Dá explicações causais nesta altura, desculpe-me, é ridículo. Este profetismo é irritante. Querem usar de tudo que acontece como "alavanca" evangelística, este proselitismo pragmático é fatigante. A única resposta cristã possível, seria chorar com os que choram, ajudar os que carecem de ajuda, e se colocar em uma posição humilde ante o senhorio de Deus sobre todos os fenômenos.

Ontem, orando pelo povo haitiano com minha esposa, me lembrei das palavras de Ana que dizem:

Não multipliqueis palavras de orgulho, nem saiam coisas arrogantes da vossa boca; porque o Senhor é o Deus da sabedoria e pesa todos os feitos na balança. O arco dos fortes é quebrado, porém os débeis, cingidos de força. Os que antes eram fartos hoje se alugam por pão, mas os que andavam famintos não sofrem mais fome; até a estéril tem sete filhos, e a que tinha muitos filhos perde o vigor. O Senhor é o que tira a vida e a dá; faz descer à sepultura e faz subir. O Senhor empobrece e enriquece; abaixa e também exalta. Levanta o pobre do pó e, desde o monturo, exalta o necessitado, para o fazer assentar entre os príncipes, para o fazer herdar o trono de glória; porque do Senhor são as colunas da terra, e assentou sobre elas o mundo. (1 Samuel 2:3-8 ).

O que me impressiona nesta oração, é que Ana era uma mulher que sofria com sua esterilidade. Em sua angústia, uma judia sem filhos, considerada infrutífera, ampara sua confiança em Deus, com coração modesto, ante a arrogância dos homens e o deboche de sua comunidade. Mas, sua oração é definitiva: 'não multipliques palavras de orgulho, nem coisas arrogantes', pois o mesmo Deus que tira é o que gera a vida. Ele é Senhor do faminto e do que tem pão em abundância. Ele é o Senhor que empobrece e enriquece. Ele abate príncipes e eleva humilhados. Ele é Senhor absoluto!

Enfim, se Ele fosse Deus só da coisa boa, da paz e não da guerra, da alegria e não da tristeza, da cura e não da dor, Ele não seria Deus, seria um demiurgo, um "deus" (com 'd' minúsculo), senhor de uma fatia da realidade. Como Atenas senhora só da sabedoria, ou Apolo senhor só da luz, mas o Deus de Abraão, Isaque e Jacó é Senhor de toda terra.

"Eu formo a luz e crio as trevas; faço a paz e crio o mal; eu, o Senhor, faço todas estas coisas." (Isaías 45:7).

Por: Igor Da Silva Miguel
Belo Horizonte - MG
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