Texto: Cl 3:14 “E, sobre tudo isto, revesti-vos de [amor], que é o vínculo da perfeição”.
Por muito tempo toda a igreja Cristã, mais especificamente os grupos pentecostais, entendeu que a nossa grande diferença em relação ao restante do mundo e da própria Cristandade estava relacionada “a valorização dos Dons do Espírito”, mas precisamente a dom de línguas, todavia gostaria de refletir nesta breve palavra, que é a partir desta prerrogativa que a igreja deixou em muito de influenciar ao mundo, pelo menos no que tange ao seu testemunho relacional e ao seu potencial.
Para começo de conversa os Dons espirituais são de suma importância para a caminhada da igreja, entendo como Dom, a capacitação necessária para a realização de obras especificas, sem os quais tais realizações ficariam impossibilitadas, todavia creio que não podemos nos esquecer do texto de Gl.5-22 ss, texto que relata a primazia da obra do Espírito em nós, gosto muito de relembrar a frase de Jesus que pelo os frutos os conhecereis.
Hoje existe em alguns seguimentos da igreja ou representações da mesma, uma caminhada em prol da busca do Espírito, constituído assim uma busca autentica pelos Dons, busca baseada nas escrituras e fundamentada, entretanto, existe o esquecimento da necessidade de sermos cheios do Fruto, que se manifesta de diversas formas.
O mundo só pode ver de fato a diferença da igreja, quando ela se reveste não apenas do Poder, mas também quando ela tem o Sabor da vida, sabor este provindo do Fruto. Sabor que o mundo necessita, sabor faz toda a diferença.
Deixe me expor uma breve curiosidade:
Estamos presenciando uma grande explosão “Gospel”, se você gosta, eu também, todavia esta mesma explosão vem acompanhada de alguns grupos sem um rigor ético, e acima de tudo é baseada no vigésimo oitavo livro do novo testamento, é claro que este livro não é canônico, nem ao menos existe, porem é neste” novo livro” que muitos novos movimentos se fundamentam, por exemplo: quando o que importa é o que sentimos, e não o que está escrito, o que vale é derramamento do “Poder” e não a verdade contida na palavra. Este novo livro é ainda reciclável, se não serve aqui é aproveitado ali.
Voltando a nossa pergunta cerne, gostaria de acrescentar que a nossa diferença está no relacionamento, no amor, no compromisso, sendo assim creio ser esta é a nossa grande diferença.
A igreja precisar concentrar suas buscas pelo Deus do amor, pelo Deus que manifesta compaixão e não somente pelo Deus das bênçãos. Bem sabemos que o nosso Senhor é um Deus que abençoa, mas isto é também uma conseqüência, o texto de Dt. 28, fala que eu não correrei atrás de bênçãos são elas é que vão me alcançar, sendo assim, não podemos conceber um evangelho limitado aos interesses, se bem me lembro quem é o Senhor é Deus e não a gente. Portanto é visível nossa responsabilidade como igreja do Senhor de apontarmos e sinalizarmos o reino de Deus.
Somos diferentes quando há em nós mudanças que nós mesmos percebemos, eu preciso ser diferente não é para o outro, por que sendo assim é apenas uma mudança exterior, eu preciso é ser diferente integralmente, e isto se dá através da concepção gerada pelo amor de Deus e pelo reconhecimento que eu mesmo tenho, “o amo de Deus nos constrange”.
È fato que precisa ser eminente esta mudança, o texto aponta “sobre tudo” já não cabe espaços para adaptações ou mesmo uma abordagem mais suave, cabe simplesmente a obediência à instrução.
É evidente que ser diferente também não dever ser tornar o objetivo final, mas sim o de sermos revestidos, logo, quem é revestido de amor, caminha para a perfeição, e na perfeição não existe diferença.
Termino dizendo que somos chamados para sermos sal da terra e luz do mundo, todavia existe algo antes disto, nós também somos chamados a servos mansos e humildes de coração, ou seja, sermos revestidos do fruto essencial à vida e a promoção dela. O amor.