Bispo Lockman. Palavra mes de Março. Novo ano: Tempo de Mudança.

sexta-feira, 4 de março de 2011

Graça e Paz!


Novo Ano: Tempo de Mudança

“Disse Deus a Jacó: Levanta-te, sobe a Betel e habita ali; faze ali um altar ao Deus que te apareceu,

quando fugias da presença de Esaú, teu irmão. Então, disse Jacó à sua família e a todos os

que com ele estavam: Lançai fora os deuses estranhos que há no vosso meio,

purificai-vos e mudai as vossas vestes.” (Gn 35.1-2)





1-Coragem para mudar

Cansamos de repetir a frase bíblica: “Eis que faço novas todas as coisas...” (Ap 21.5), mas seguimos repetindo o nosso antigo modelo de ministério. Quando Paulo escreve aos Filipenses e diz:



“Assim, pois, amados meus, como sempre obedecestes, não só na minha

presença, porém, muito mais agora, na minha ausência, desenvolvei

a vossa salvação com temor e tremor.” (Fp 2.12).



Como desenvolver a nossa salvação sem mudanças? Deixar práticas pecaminosas, assumir novos desafios na vida cristã e no ministério são apelos a mudanças. O próprio Paulo exorta a Timóteo e diz: “Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina.” (1 Tm 4.16). Bill Hybels propõe uma paráfrase para traduzir o que Paulo diz: “Examine a si mesmo e examine a sua vida. Então mude tudo que puder mudar para aliviar a sua carga e ajudá-lo a vencer no seu chamado.”

Pergunte a um pastor que deixou o ministério e ou que está pensando em deixar. Entre o que ouvimos está: “... não aguentava mais a rotina pastoral, os mesmos encargos, etc...” O que faltou? O que falta? Entre outras coisas, coragem para mudar. Há coisas de ordem institucional e mesmo teológica que você não pode mudar, mas pode mudar a forma de atendê-las; por outro lado, há uma infinidade de desafios novos que implicam mudanças, que dá trabalho, mas traz muita alegria e realização.

Teu Senhor e Salvador mudou o sábado e seu ritualismo, mudou a situação das mulheres, das crianças, mudou da antiga para a nova Aliança. João Wesley mudou de um sacerdote inglês conservador, para um missionário avivalista, permitiu os leigos pregarem, realizou celebrações fora do templo, abriu novos caminhos de educação, etc... O povo de Israel estava no deserto por quarenta anos, sem perspectivas, além de entrar em Canaã ou voltar para o Egito. Mas, a promessa pedia coragem e Fé para atravessar o rio Jordão, na época de cheia, já que ninguém sabia nadar, pois vinham de quarenta anos de deserto. Correram riscos de mudar para melhor:



“Porque há de acontecer que, assim que as plantas dos pés dos sacerdotes que

levam a arca do SENHOR, o Senhor de toda a terra, pousem nas águas do Jordão,

serão elas cortadas, a saber, as que vêm de cima, e se amontoarão. Tendo

partido o povo das suas tendas, para passar o Jordão, levando os sacerdotes

a arca da Aliança diante do povo; e, quando os que levavam a arca chegaram

até ao Jordão, e os seus pés se molharam na borda das águas (porque o Jordão

transbordava sobre todas as suas ribanceiras, todos os dias da sega), pararam-se

as águas que vinham de cima; levantaram-se num montão, mui longe da cidade

de Adã, que fica ao lado de Sartã; e as que desciam ao mar da Arabá, que é o

mar Salgado, foram de todo cortadas; então, passou o povo defronte de Jericó.

(Js.3.13-16)



Mudança traz riscos, mas também traz compensações, frutos, e avanço missionário. E nunca é tarde para mudar, não importa a idade que você tenha, nem o tempo de ministério, pense que o melhor de Deus vai acontecer amanhã. Por maiores que sejam as bênçãos que você já experimentou, sim, algo novo de Deus está por vir.





2- Por que precisamos de mudança?

Na maioria dos ministérios em colapso, encontramos líderes pastorais arrependidos de não terem feito algumas mudanças em sua vida e ministério na ocasião em que tiveram oportunidade.

As justificativas são: “Não tive coragem. Não quis desagradar ninguém da minha igreja. Temia não dar certo, diminuir a arrecadação, etc...”

Enfim, precisamos mudar porque a sociedade está mudando, se queremos comunicar a este povo, temos de mudar nossa maneira de apresentar a mensagem, de organizar os ministérios da igreja, precisamos abrir espaços para gente jovem e criativa em nossa assessoria.

Mas, como vimos, precisamos mudar porque Jesus mudou, Wesley mudou, sim, nossas referências históricas e espirituais pedem isso.



Sejamos sinceros: Estamos satisfeitos com o que já conquistamos? Deixem-me compartilhar uma experiência pessoal. Enquanto pastor, vivi crescimento em todas as igrejas que pastoreei. Mas hoje sei que podia ter crescido muito mais, e fico envergonhado de não ter tido à experiência espiritual e missionária que tenho hoje. Por que esperar 10 ou 20 anos para nos darmos conta que podíamos ter frutificado muito mais. Comece mudanças hoje que você sabe que precisam ser feitas. Arrisque, mas não se acomode. Deus tem sempre algo melhor para você. Agradeça pelo que já conquistou, e diga: “Senhor tu és grande e poderoso, eu quero, eu quero, muito, mas muito, te servir melhor, a ti, e a tua Igreja, e ver coisas grandes acontecendo. Amém! Amém!





3- Mudanças que podem e precisam acontecer

Tenho usado a seguinte frase que aprendi na minha terra: “Quem muito abraça pouco aperta.” Ou: “Quem tem muitas prioridades não tem nenhuma.” Ou: “Não tem vento favorável para quem não sabe a que porto quer chegar.”

Por isso, saia de sua interminável corrida de querer agradar todo mundo, atender todo mundo. Você não vai conseguir, e quando se der conta, viveu 10 anos de ministério, e não conseguiu realizar muita coisa, além de estar exaurido, cansado, quando não desmotivado, pensando em desistir.

Para ajudar, recordo que você é membro e pastor de uma Igreja que tem uma visão que segue a de Jesus: “... Eu porém, vos digo: erguei os olhos e vede os campos, pois já branquejam para a ceifa...” (Jo 4.35b).

Atendendo a esta palavra de Jesus é que erguendo os olhos e vendo o campo, nós estamos orando e trabalhando para: “O Evangelho para cada pessoa no Estado do Rio de Janeiro, um grupo de discipulado para cada rua, e uma igreja para cada bairro, ou cidade. Com vista a alcançar 1.000.000 de discípulos/as”. Ninguém pode contestar a visão sem negar o Evangelho. Ela está baseada no que Jesus quer fazer. Tome a sua decisão, eu quero mudar para melhor, quero frutificar mais, Jesus merece. E então mobilize sua igreja, ainda que somente meia dúzia responda, comece e defina a visão aplicada a sua realidade, e sobre nenhuma razão desista, você é servo/a de Deus, e esta obra é de Deus, e é Ele que quer fazer novas todas as coisas... no seu ministério e na igreja também.





4- Para isto torne prioridade em sua vida:

a) Faça discípulos. A partir de sua liderança, invista neles, motive, ministre, ore com eles, faça deles verdadeiros homens e mulheres de Deus. Você tem dificuldade para fazer discípulos, busque ajuda, não seja arrogante, mas humilde, há na 1ª RE, igrejas com pastores/as que estão se multiplicando através do discipulado, procure e insista: eu quero aprender”. Duvido que você não encontre apoio.



b) Não fique só! Nosso ministério pastoral é por natureza solitário. Ouvimos e vivemos situações que não podemos compartilhar nem com nossa esposa/o, várias situações de desafios enfrentamos sozinhos. Nossa visão recente de desenvolvermos um pastoreio de pastores é porque nós precisamos ser pastoreados. Precisamos de alguém amigo, que nos diga: “não vá por aí, porque você vai se dar mal...” Alguém que nos encoraje, com o/a qual podemos dividir as cargas. Que nos estimule a mudar coisas na nossa vida e ministério, colega para o/a qual nós também seremos apoio e estímulo. Se você ainda não formou seu grupo de companheiro/a de jugo, procure urgente colegas para isso. Se precisar de orientação, entre em contato com alguns dos colegas que estão coordenando o pastoreio de pastores; são eles: Rev. Ewander Ferreira de Macedo, Rev. Lúcio de Sant'Anna Ferreira, Revda. Fátima da Cruz Valente, Rev. Maximiliano Miler, Rev. Marcos Gomes Torres, Rev. Régison Marcos Coutinho Santos , Revda. Carla Simone Alves, Rev. César dos Santos Silva.



c) Distribua mais tarefas à sua liderança, dê oportunidade de eles errarem, acertarem e crescerem. Deixe a centralização, deixe seu povo fazer e frutificar.



d) Dinamize sua vida devocional. Primeiro não abra mão de ter um tempo com Deus diariamente. Espalhe pela casa lembretes escritos. Já falou com Deus hoje? Que tipo de teólogo, pastor e homem/mulher de Deus podemos ser sem falar com Deus e meditar na sua Palavra? Honestamente, devemos admitir: Medíocres! Sim, é a dura realidade.

e) Dê tempo a sua família. Eleja dia, horário, para estar com sua família. Se perder a sua família, você perde seu ministério; não tem saída.



Voltarei ao tema no próximo mês.


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